Agências bancárias de três municípios do interior do Estado foram alvos de criminosos especializados em roubo a banco, ontem. Entretanto, apenas em Moju, no nordeste paraense, os assaltantes conseguiram levar o dinheiro dos caixas eletrônicos e cofres de uma agência do Banpará.
A quadrilha usou funcionários e clientes para montar um escudo em frente ao banco e chegou a levar seis reféns durante a fuga. Todos foram deixados na estrada e, momentos depois, começou a troca de tiros entre criminosos e policiais, que resultou na morte de cinco membros do bando. Duas pessoas foram presas e dois bandidos conseguiram fugir.
Horas antes do ataque à agência em Moju, duas agências foram alvos de criminosos. Em Parauapebas e Bom Jesus do Tocantins, os assaltantes tentaram estourar caixas eletrônicos, mas não tiveram êxito.
A polícia descarta relação entre a invasão do banco em Moju e outros casos ocorridos na madrugada de ontem, nos municípios de Parauapebas, também às margens da PA-150, e de Bom Jesus do Tocantins, cortado pela BR-155. “Há muita diferença no modus operandi das quadrilhas. Em Moju os assaltantes foram muito ousados e aterrorizaram a população. Nos outros dois casos, os bandidos usaram explosivos, mas os assaltos não se consumaram graças à ação rápida da Polícia Militar”, explica o diretor de polícia especializada, delegado Silvio Maués.
O roubo à agência do Banpará, em Moju, ocorreu por volta das 9h dodia 4. Pelo menos sete homens armados invadiram o banco e estouraram caixas eletrônicos, levando uma quantia ainda não informada. Também há informações de que eles conseguiram estourar o cofre, de onde roubaram malotes de dinheiro.
Na fuga, eles usaram aproximadamente 20 pessoas como escudo em frente ao banco e, em seguida, levaram seis delas em dois veículos. Já na estrada, os reféns foram libertados. Na saída da cidade houve troca de tiros com policiais civis e militares. Os assaltantes baleados correram para uma área de mata fechada, localizada a 15 quilômetros da sede do município.
De acordo com a polícia, cinco criminosos foram mortos durante a troca de tiros. A identificação deles ainda estava sendo feita até o final da noite de ontem. Dois integrantes da quadrilha conseguiram escapar e as buscas por eles continuam. Nenhum policial, refém ou morador da cidade ficou ferido na ação.
Na cidade foram presos Paulo Wellington Cavalcante Pereira e Kátia Regina da Silva Oliveira. De acordo com a polícia, o casal dava apoio logístico à quadrilha. Eles foram detidos logo após o assalto, quando o bando fugiu, provavelmente em direção ao esconderijo onde já estava acampado havia aproximadamente dois dias. Paulo foi preso nas imediações da agência bancária e Kátia foi detida quando se dirigia para o esconderijo da quadrilha. Ela era responsável por levar alimentação e o que fosse necessário para os assaltantes.
Reféns foram usados como escudo
O valor roubado pela quadrilha não foi contabilizado. Por meio de nota, o Banpará confirmou que clientes e funcionários do banco foram feitos reféns. “Os reféns do sexo masculino, que eram a maioria, foram obrigados a tirar as blusas e fazer escudo humano no carro utilizado para fuga. Os reféns foram colocados no capô do carro e na carroceria.
Houve troca de tiro e até o momento não temos como confirmar os números, sejam eles de pessoas feridas, mortos e dinheiro. A cidade estava com as entradas e saídas fechadas para evitar a fuga dos assaltantes, o que acabou ocasionando o atraso da nossa equipe no local”, diz o texto.
A operação resultou na apreensão de dois veículos e oito armas de fogo. Um dos carros foi queimado sobre uma ponte em uma estrada vicinal, na zona rural. O outro foi abandonado durante a fuga. As armas apreendidas foram: três pistolas calibre ponto 40, um fuzil 762, uma metralhadora 9 mm, uma metralhadora ponto 40, uma escopeta calibre 12 e uma carabina ponto 30. Também foram apreendidos muita munição e dois coletes à prova de balas.
As buscas aos demais membros do grupo prosseguiram durante todo o dia de ontem. Um helicóptero do Grupamento Aéreo de Segurança Pública (Graesp) prestou apoio às equipes em terra, formadas por policiais civis da Delegacia de Repressão a Roubos a Bancos (DRRB), vinculada à DRCO (Divisão de Repressão ao Crime Organizado), e policiais militares do Grupamento Tático, além dos destacamentos locais da polícia.
Polícias do Maranhão e Tocantins participam das buscas
Além de Moju, agências em Parauapebas e Bom Jesus do Tocantins foram alvos de bandos armados. Segundo a Polícia Civil, por volta das 3h de ontem, pelo menos oito homens armados chegaram em três veículos - dois carros e uma moto -, atirando em direção ao destacamento da PM e da delegacia de Bom Jesus do Tocantins, no sudeste paraense.
O grupo se dividiu e parte do bando seguiu até o Banco do Brasil e outra foi ao Bradesco, no centro da cidade. Os criminosos entraram nas duas agências atirando. Depois, detonaram explosivos nos caixas eletrônicos e cofres, mas a explosão não foi suficiente para abrir os compartimentos e nada foi roubado.
Os bandidos fugiram por uma estrada conhecida como Vicinal do Cacoal, que dá acesso aos estados do Maranhão e Tocantins. Nessa estrada, os criminosos abandonaram, dentro do rio Tocantins, um dos carros (Fiat Strada) e fugiram em uma lancha voadeira. A polícia já sabe que outra parte do grupo deixou a cidade pela estrada. As polícias Civil e Militar fizeram, durante todo o dia de ontem, um cerco nessa região com apoio das polícias dos estados vizinhos.
Já em Parauapebas, sudeste do Estado, a tentativa de assalto ocorreu por volta de meia-noite. Os bandidos fizeram um buraco pelos fundos da agência do Itaú, no bairro da Cidade Nova. Eles tentaram instalar uma banana de dinamite nos caixas eletrônicos. No entanto, a central de monitoramento do banco disparou o alarme e acionou a Polícia Militar, que rapidamente fez o cerco na agência. Os bandidos abandonaram o explosivo no local e fugiram sem nada.
Fonte. ORMNews
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