A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) informou em nota no início da noite desta terça-feira, 1º, que o Hospital e Maternidade Dona Regina (HMDR) diagnosticou dez casos de microcefalia em recém-nascidos e que a equipe do hospital está trabalhando para alimentar o sistema de notificação da Sesau. Assim, o número de registros no Estado passa a ser 22 casos. Outros 12 haviam sido confirmados no Estado.
A secretaria reforça na nota que não é possível afirmar que os casos registrados no Estado têm relação o vírus zika.
O secretário estadual de Saúde, Samuel Bonilha, afirmou que bebês com quadro de microcefalia terão assistência reforçada em Palmas e em todos os maiores hospitais do Tocantins. "As mães e as crianças terão todo o amparo necessário”, garantiu Bonilha.
A Sesau afirmou que sua equipe técnica está trabalhando na avaliação dos 12 casos de microcefalia registrados no Tocantins. De acordo com a Sesau, todos os registros estão sob monitoramento e avaliação para confirmação da possível relação entre os casos e o vírus zika, cuja circulação está confirmada no Estado.
Para acompanhamento desses bebês e para garantir que novos casos recebam a devida atenção necessária, a Sesau disse que está reforçando as orientações aos municípios para que realizem as notificações e reforcem as atividades de campo para prevenção e controle da população do mosquito Aedes aegypti, vetor transmissor da dengue, da zika e da febre de chikungunya.
“Com relação ao cuidado, não mudou nada. Estão valendo as mesmas recomendações para o combate à dengue, não se pode ter água acumulada. Todos os municípios têm seus agentes de endemia, então, devemos intensificar os cuidados preventivos e sensibilizar a população para que o morador evite a água parada”, ressaltou Bonilha.
Zika
No Tocantins, seis casos de zika foram confirmados, sendo os pacientes residentes em Palmas (4), Araguaína (1) e Colinas do Tocantins (1). Conforme investigação epidemiológica dos casos, os seis pacientes contraíram a infecção no Estado e não apresentaram quadro que necessitasse de internação.
O médico infectologista Flávio Milagres destaca que a maioria dos casos de zika não apresenta sintomas. “Zika é uma doença mais benigna do ponto de vista da população, só 20% têm sintomas. Nesses casos, na fase inicial os sintomas da Zika e da dengue são similares. Todos começam, na maioria das vezes, com estado febril. Em seguida, observamos com muita frequência náuseas, enjôo, mal estar e dores no corpo”, explica Flávio Milagres.
Ainda de acordo com o médico, além do diagnóstico laboratorial, o que diferencia o quadro de zika é a presença de coceira. “Há um quadro de coceira bem mais significante bem no início e em todo o corpo e pode ter um pouco de dor articular”, completa o médico.
Microcefalia
Com relação aos casos de microcefalia, estão sob acompanhamento, até o momento, crianças com o quadro cujas mães são oriundas de Araguaína (5), Palmas (1), Wanderlândia (1), Goiatins (1), Darcinópolis (1), Angico (1), Piraquê (1) e Aragominas (1). A origem das mães dos casos dez novos registrados nesta terça-feira ainda não foi identificada pela Sesau.
Os bebês estão sob acompanhamento médico em razão da necessidade de confirmação da possível causa do quadro de microcefalia, cuja principal característica é o tamanho do crânio inferior ao tamanho considerado normal, que habitualmente é superior a 33 cm.
Segundo o médico infectologista Flávio Milagres, há diversos fatores que podem desencadear a microcefalia e que interferem, inclusive, no nível das alterações a que os bebês com este quadro estão sujeitos. “Algumas dessas alterações podem prejudicar a qualidade de vida e de desenvolvimento das crianças, mas até o momento a maioria das crianças não apresenta tantas alterações felizmente, além é lógico do tamanho do crânio”, pontua.
Aedes aegypti
Por se tratar de um mosquito cuja população é endêmica no Tocantins, a Sesau orienta a todos os municípios que intensifiquem as ações de prevenção e controle da população do Aedes aegypti, conforme os planos de contingência e planos de ação elaborados e que definem as estratégias de assistência, de vigilância, de controle vetorial, de comunicação e mobilização social e gestão para redução de casos de dengue, febre de chikungunya e, consequentemente, de zika, agravos transmitidos pelo menos mosquito. (Com informações da Sesau)
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